O Programa Nacional da Catequese propõe aos adolescentes descobrir «o projecto de Deus para cada um», e para os anos seguintes, lança um desafio para toda a vida: personalizar a fé numa «atitude de compromisso cristão na Igreja e no Mundo». Como se pode por isto em prática? Fases IV até V - um desafio para toda a vida! Saber «qual é o projecto de Deus para mim» por vezes é uma tarefa difícil. Exige, entre outras, o discernimento, a oração, orientação, clareza na definição de prioridades, sinceridade na aferição das capacidades, em resumo, é um tempo de procura, de escuta, descoberta, vigilância, partilha e de experiência. Mas sabendo qual é o projecto, dá-se lugar à concretização da decisão tomada que se revela como um compromisso. Este último é mais do que um conjunto de acções, pensamentos ou objectivos. Como afirma o Programa Nacional da Catequese, viver o projecto de Deus é uma «atitude», uma forma de vida que brilha quando o ar que respira é a vida na santidade. Todos os projectos de Deus, por mais diferentes que sejam, são uma forma de viver na santidade. Madre Teresa dizia: «Não é o quanto fazemos que importa, mas quanto amor colocamos naquilo que fazemos.»
O historiador e escritor austríaco René Fulop-Miller, publicou em 1945 o livro: Os Santos que mudaram o mundo: Antão, Agostinho, Francisco, Inácio e Teresa. Cada um deles viveu um projecto de Deus diferente, à sua maneira pessoal e à maneira das suas épocas. Santo Antão, é referido como o exemplo da renúncia; Santo Agostinho, doutor da Igreja, é considerado o modelo da inteligência pela influência que as suas obras tiveram; São Francisco de Assis, é a demonstração do amor de Deus; Santo Inácio, que formulou os Exercícios Espirituais em que através da oração e do discernimento se une a vontade humana à vontade divina, é considerado o santo da vontade; Santa Teresa de Ávila, que escreveu numerosas obras de espiritualidade e oração, é considerada a Santa da Oração. Todos eles, à sua maneira, iluminados pelo Espírito Santo, foram um modelo de vida, um modelo de santidade para nós. Podemos e temos muito a aprender com eles.
Mas, se a vivência de cada santo pode ser diferente, é possível destacar três ingredientes comuns nas suas vidas. Primeiro, uma vida pautada pela celebração dos sacramentos e pela oração. Segundo, uma atitude permanente de reflexão e estudo. Terceiro, uma vida constante de serviço ao próximo.
Tudo começa com os sacramento
O Sacramento do Baptismo, actualmente, nem sempre é um momento arrebatador e de conversão. Muitos de nós fomos baptizados em criança e nessa altura tinhamos pouca compreensão e experiência de fé em Jesus. Mas hoje temos outra compreensão, crescemos e não somos mais crianças. Escutamos muitas vezes as palavras de Jesus Cristo, mas será que o reconhecemos? O que respondemos quando Ele nos pergunta: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem? (...) E vós, quem dizeis que Eu sou?» A resposta a esta pregunta é pessoal e livre, e traduz-se na vida de cada um. É uma resposta que implica uma decisão: assumir uma relação pessoal com Cristo, e com a Sua Igreja que nos ajuda a viver rumo à plenitude, à Felicidade.
Nós estamos com Jesus Cristo, senão diária, então, semanalmente na Liturgia Eucarística – sacramento da Sua presença. Na Eucaristia respondemos à Sua pergunta e somos fortalecidos com Ele e por Ele. Mas para que a missa não seja mero acto ritual, é preciso compreender que missa significa missão, e cada vez que a celebração termina, somos enviados como apóstolos para o nosso dia-a-dia. No quotidiano, a grande pergunta de Jesus Cristo transforma-se no desafio amar a Deus e ao próximo como Ele nos amou, ao ponto de Ele nos dizer: «Sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.» (Mt 25,40)
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