Editorial - Abril

Uma Nova Primavera
Os tempos que vivemos não são fáceis. Nem para a economia, nem para a fé e a moral. Naturalmente eles estão interligados, influenciam-se. Se a vivência da fé e a moral estiverem em alta, o mais certo é darem um apoio positivo à situação económica e social do país e do mundo; se pelo contrário, desaparecem os valores espirituais, tudo se reflecte no quotidiano das pessoas: menos solidariedade, mais egoísmo, menos esperança, mais ódios, etc. E é isso o que hoje mais se vê. Crises sempre as houve, de maior ou menos dimensão. Deixaram as suas marcas, mas foram ultrapassadas. Temos todos pela frente um grande desafio que consiste em juntar forças para, em conjunto, vencermos esta crise mundial.
A negação de determinados princípios, o desrespeito pelo valor da vida, do verdadeiro matrimónio entre um homem e uma mulher, o falso conceito de liberdade, o indiferentismo religioso, vão lançando as sementes do erro e da discórdia. Como cristãos, devemos estar prevenidos para os ataques e as calúnias que possam advir de onde menos se esperam. A perseguição à Igreja começou logo no início quando os apóstolos pregavam que Jesus tinha ressuscitado e os chefes quiseram impedi-los. Pedro e os companheiros responderam: “Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens” (Act 5,29). A missão da Igreja é continuar a anunciar a verdade mesmo que incomode, mesmo que alguns dos seus membros se portem mal. Quem não tiver pecados, que atire a primeira pedra! O próprio Jesus foi caluniado e perseguido. E também nos avisou, “se o mundo vos odeia, sabei que ,primeiro me odiou a mim” (Jo 15,18).

Há males que vêm por bem! Tenho esperança que assim como a Primavera se segue ao Inverno, também estamos a preparar um tempo novo. Todos estes acontecimentos nos devem fazer reflectir sobre os caminhos em que andamos, as opções que tomamos, os critérios que orientam o nosso viver. Aos cristãos pede-se mais formação, mais testemunho e empenho social. Precisamos de saber dar ao mundo, cada vez mais paganizado, as razões da nossa fé. Uma fé forte, esclarecida e alegre. Que a visita do santo Padre Bento XVI ao nosso país, no próximos dias 11-14 de Maio nos anime na esperança e fortaleça a nossa comunhão.
Com amizade,
P.Aniceto