Aos 17 anos, há quem já tenha percebido há muito tempo que o seu destino passa pelo sacerdócio. Família e amigos ajudam no caminho
A recordação do primeiro chamamento remonta há sete anos atrás, quando Luís Rafael Azevedo tinha apenas 10 anos. Constantemente desafiado pelos reptos do seu pároco para conhecer o Seminário de Resende, em Lamego, a resposta positiva mudou a vida deste jovem adolescente, seminarista há quatro anos.
Foi apenas um fim-de-semana, mas foi suficiente. Luís Azevedo era acólito na paróquia. Juntamente com um colega, ficou impressionado com o espírito de grande família no Seminário de Nossa Senhora de Lourdes, em Lamego.
O Seminário Menor é o lugar onde se fazem os primeiros anos da formação dos seminaristas. Ficam nesta instituição até completarem o ensino secundário. Na segunda etapa de formação, que compreende o curso de teologia, o seminarista entra no Seminário Maior.
Expressões de “vida familiar, a relação entre os sacerdotes e os seminaristas, o rezar em conjunto, até a forma como os jovens estudavam ou jogavam futebol, expressou um modo de vida que eu desconhecia”, relembra.
Na sua vida aponta ter dito “dois grandes «Sim»”. Entrar no Seminário e confirmar o desejo de ordenação formam dois momentos importantes na vida deste jovem. Mas, aos 17 anos, sabe que este não é um caminho certo. Por isso sublinha “esperar” continuar a dar a mesma resposta.
“Por enquanto este «sim» não é definitivo, só na ordenação poderá ser”. De qualquer forma, Luís Azevedo está muito certo “de que este é o caminho a continuar”.
Nem o nomes de «padreco» que de vez em quando ouve na escola lhe mudam a certeza. Os seminaristas do Seminário menor de Lamego frequentam uma escola católica. A maioria dos alunos não encara a opção do Seminário como um obstáculo.
“Já tenho pedidos para celebrar o casamento”, brinca, explicando que colegas e professores “olham para nós com esperança”.
Preconceito “há algum”, mas “a grande parte aceita”. Espontaneamente Luís assume que “a minha vocação não depende de quem não aceita ou brinca com a situação”.
Os dias são organizados numa rotina que se repete durante a semana. Às 7 horas da manhã os seminaristas começam o seu dia para ainda de manhã, celebrarem a eucaristia, antes de saírem para as aulas. Entre estudo de manhã e de tarde se reparte o dia de um jovem estudante igual a tantos outros.
Luís não considera o horário demasiado rígido. “Há um esforço por parte dos superiores para mudar algumas actividades para não criar cansaço”.
A rigidez, entende estar depende da motivação de cada pessoa. “Se andarmos tristes ou abatidos, tudo nos custa e corre mal. O entusiasmo por aqui estarmos transforma as dificuldades em coisas boas”.
A sua vida é passada dentro do Seminário. Só aos fins-de-semana pode ir a casa, mas não em todos. Se no principio sentia saudades de casa, agora sente saudades do Seminário quando está de férias. “Sinto falta dos colegas e da oração”.
Numa grande família o Luís é agora um irmãos mais velhos. “Existe um grande respeito entre mais velhos e mais novos”.
Cumplicidade de brincadeiras e conversas que nascem por afinidades, quer em momentos de “partidas entre todos” ou nos momentos “em que pedimos conselhos”.
“Tão novo e cheio de certezas” é um comentário recorrente. A isto, Luís Azevedo explica que “a resposta vem de dentro, tal como surge a certeza de se querer ser médico ou professor”.
Certezas nunca as há em definitivo, por isso “ouço a minha vontade e dou espaço à oração também para ouvir a voz de Deus”.
Nacional Lígia Silveira 30/04/2009 16:39 3448 Caracteres 219 Clero, Seminários e Vocações
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