Bem Vindo ao Blog da Paróquia de Vila da Ponte -Arciprestado de Sernancelhe - Diocese de Lamego

"A opção fundamental da Vida de um Cristão é acreditar no Amor de Deus" Bento XVI

terça-feira, 29 de março de 2011

Retiro JSF em Resende


No passado fim-de-semana, 26 e 27 de Março, os grupos de Jovens Sem Fronteiras das paróquias de Vila da Ponte e Penajoia realizaram o seu Retiro Quaresmal no Seminário Menor de Resende.

O Retiro, orientado pelo Srº Pe. José Manuel Sabença, teve como tema principal: “Por mim cem vezes mais…” baseado na passagem de São Marcos 10, 28-31: “E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos, e Te seguimos. E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por minha causa e por causa do Evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no tempo futuro a vida eterna. Porém muitos dos que são os primeiros serão os últimos e muitos dos que são os últimos serão os primeiros.” Atentando nestas palavras fomos chamados a reflectir sobre o nosso papel no mundo, na sociedade e principalmente na nossa Paróquia.

Na verdade, como jovens que somos, devemos ser sinais de Cristo, sinais de esperança… devemos ser testemunhas da Verdade, discípulos sempre prontos a seguir o Mestre, fazendo tudo aquilo que Ele nos disser, ou seja, cumprindo a Missão que Ele preparou para nós.

Também nos acompanharam, nestes dois dias, duas jovens, de outros grupos JSF, que já têem alguma experiência da vida desta família juvenil. Dando-nos o seu testemunho, fizeram-nos perceber que os Jovens Sem Fronteiras não podem ser jovens que se deixam levar pelo sabor dos ventos mundanos… bem pelo contrário, devem ser jovens altruístas, sempre ao serviço dos outros, fazendo das suas vidas um exemplo para a sociedade, sendo verdadeiros Templos do Espírito Santo. Foi um fim-de-semana marcado pela reflecção, pela amizade, pelo conhecer, pela alegria e pela oração: nomeadamente através dos Sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia.

Antes do regresso a casa, os grupos comprometeram-se a viver a Verdade, amando sempre a Palavra de Deus e pondo a sua juventude ao serviço dos outros e da Igreja, tendo a consciência que tudo aquilo que fazem deve ser para louvor e glória de Deus.

Os Grupos JSF de Vila da Ponte e Penajoia estão agradecidos em primeiro lugar a Deus, por todas as graças que nos tem concedido, em segundo lugar aos seus Párocos, ao Srº Pe. José Manuel, ao Srº Pe. Aniceto, ao Santuário de Nossa Senhora da Lapa, à Marta e à Ana, ao Seminário de Nossa Senhora de Lourdes (equipa formadora e funcionários) e a todos aqueles que possibilitaram este tempo de Retiro. Obrigado!


O Vice-animador do Grupo JSF de Vila da Ponte, L.Rafael.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Mensagem de Bento XVI para o 45.º Dia Mundial das Comunicações Sociais


Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital

Queridos irmãos e irmãs!

Por ocasião do XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais, desejo partilhar algumas reflexões, motivadas por um fenómeno característico do nosso tempo: a difusão da comunicação através da rede internet. Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais. As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.



Aparecem em perspectiva metas até há pouco tempo impensáveis, que nos deixam maravilhados com as possibilidades oferecidas pelos novos meios e, ao mesmo tempo, impõem de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital. Isto é particularmente evidente quando nos confrontamos com as extraordinárias potencialidades da rede internet e a complexidade das suas aplicações. Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano.



No mundo digital, transmitir informações significa com frequência sempre maior inseri-las numa rede social, onde o conhecimento é partilhado no âmbito de intercâmbios pessoais. A distinção clara entre o produtor e o consumidor da informação aparece relativizada, pretendendo a comunicação ser não só uma troca de dados, mas também e cada vez mais uma partilha. Esta dinâmica contribuiu para uma renovada avaliação da comunicação, considerada primariamente como diálogo, intercâmbio, solidariedade e criação de relações positivas. Por outro lado, isto colide com alguns limites típicos da comunicação digital: a parcialidade da interacção, a tendência a comunicar só algumas partes do próprio mundo interior, o risco de cair numa espécie de construção da auto-imagem que pode favorecer o narcisismo.



Sobretudo os jovens estão a viver esta mudança da comunicação, com tod
as as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamados social network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser. A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.



As novas tecnologias permitem que as pessoas se encontrem para além dos confins do espaço e das próprias culturas, inaugurando deste modo todo um novo mundo de potenciais amizades. Esta é uma grande oportunidade, mas exige também uma maior atenção e uma tomada de consciência quanto aos possíveis riscos. Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para reflectir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contacto virtual não pode nem deve substituir o contacto humano directo com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.



Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva. Aliás, as dinâmicas próprias dos social network mostram que uma pessoa acaba sempre envolvida naquilo que comunica. Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos media significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele (cf. 1 Pd 3, 15).



O compromisso por um testemunho do Evangelho na era digital exige que todos estejam particularmente atentos aos aspectos desta mensagem que possam desafiar algumas das lógicas típicas da web. Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua «popularidade» ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez «mitigando-a». Deve tornar-se alimento quotidiano e não atracção de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé!



Em todo o caso, quero convidar os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web está a contribuir para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição (cf. Ef 1, 10). A proclamação do Evangelho requer uma forma respeitosa e discreta de comunicação, que estimula o coração e move a consciência; uma forma que recorda o estilo de Jesus ressuscitado quando Se fez companheiro no caminho dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), que foram gradualmente conduzidos à compreensão do mistério mediante a sua companhia, o diálogo com eles, o fazer vir ao de cima com delicadeza o que havia no coração deles.



Em última análise, a verdade que é Cristo constitui a resposta plena e autêntica àquele desejo humano de relação, comunhão e sentido que sobressai inclusivamente na participação maciça nos vários social network. Os crentes, testemunhando as suas convicções mais profundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que procure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos monopolizar a opinião alheia. Pelo contrário, os crentes encorajam todos a manterem vivas as eternas questões do homem, que testemunham o seu desejo de transcendência e o anseio por formas de vida autêntica, digna de ser vivida. Precisamente esta tensão espiritual própria do ser humano é que está por detrás da nossa sede de verdade e comunhão e nos estimula a comunicar com integridade e honestidade.



Convido sobretudo os jovens a fazerem bom uso da sua presença no areópago digital. Renovo-lhes o convite para o encontro comigo na próxima Jornada Mundial da Juventude em Madrid, cuja preparação muito deve às vantagens das novas tecnologias. Para os agentes da comunicação, invoco de Deus, por intercessão do Patrono São Francisco de Sales, a capacidade de sempre desempenharem o seu trabalho com grande consciência e escrupulosa profissionalidade, enquanto a todos envio a minha Bênção Apostólica.


Vaticano, Festa de São Francisco de Sales, 24 de Janeiro de 2011.

BENEDICTUS PP. XVI

(Tradução oficial do Vaticano)

Mensagem do bispo de Lamego para a Quaresma



Na recente Mensagem para a Quaresma deste ano, recorda-nos Sua Santidade Bento XVI, a todos nós, cristãos - partindo do pensamento de S. Paulo na Carta aos Colossenses: sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que ressuscitastes - o que frequentemente meditamos nesta altura, que “um vínculo particular liga o Baptismo com a Quaresma como momento favorável para experimentarmos a Graça que nos salva”. Somos assim convidados a aproveitar este longo Retiro espiritual que a Mãe Igreja nos oferece para consolidarmos reflectidamente e no comportamento a nossa identidade de cristãos.
A Palavra de Deus tão rica e abundante que a Liturgia propõe à nossa reflexão todos os dias, mas muito especialmente aos Domingos e sobretudo no Ano A, “guia-nos para um encontro particularmente intenso com o Senhor, fazendo-nos repercorrer as etapas do caminho da iniciação cristã: para os catecúmenos, na perspectiva de receber o Sacramento do renascimento, para quem é baptizado, em vista de novos e decisivos passos no seguimento de Cristo e na doação total a Ele”. Cada um saberá aproveitar a oportuna reflexão sobre o Evangelho de cada Domingo que o Santo Padre partilhou connosco na referida mensagem, ajudando-nos a empenharmo-nos seriamente na reconciliação com Deus e com os outros que este itinerário para a Páscoa nos sugere.

Pela prática tradicional do jejum, esmola e oração, “expressões do empenho de conversão” que realizaremos devotamente, “a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo”. Num ambiente marcado pelo individualismo, a par do desânimo e desencanto que as pessoas deixam transparecer, sem perspectivas a curto prazo de que o panorama se modifique para melhor, antes pelo contrário, a nossa vida de cristãos deverá traduzir um clima lúcido de esperança e serenidade. As práticas quaresmais criam o clima para uma autêntica vivência cristã. Pelo jejum e espírito de sobriedade que com ele se relaciona, com a contenção em despesas às vezes exclusivamente para dar lugar a caprichos sumptuários, contrariamos os apetites do homem velho e abrimos o coração a uma generosidade que nos liberta do egoísmo e nos abre para uma partilha solidária. E o jejum e a esmola, são no dizer de S. Agostinho, “as duas asas da oração”, como referiu Bento XVI na Audiência Geral de 4ª feira de Cinzas, recordando o seu pensamento: “Desta maneira a nossa oração, feita com humildade e caridade, no jejum e na esmola, na temperança e no perdão das ofensas, dando coisas boas e não restituindo as más, afastando-se do mal e realizando o bem, procura a paz e consegue-a. Com as asas destas virtudes voa segura e mais facilmente chega ao céu, onde Cristo, nossa paz, nos precedeu”.

A celebração bem preparada do sacramento da Confissão e o corajoso cumprimento dos propósitos firmes de emenda, alimentado na recepção frequente da Santíssima Eucaristia, tornar-nos-á verdadeiros e conscientes cristãos pascais que poderão e saberão celebrar devidamente a alegria da Ressurreição do Senhor.

Que a Mãe do Céu que acompanhou Jesus até ao Calvário e assistiu de pé à Sua Morte na Cruz, nos conduza nesta Quaresma por um caminho de conversão para com Cristo ressuscitarmos também.

O contributo penitencial deste ano reverterá em favor do Fundo Solidário Diocesano.

D. Jacinto Tomaz de Carvalho Botelho, bispo de Lamego.